As eleições do Botafogo foram realizadas na sexta-feira de ontem com 991 votantes de um colégio eleitoral de 1813 pessoas. O atual presidente, Maurício Assumpção, foi reeleito com 719 votos, contra 263 do opositor, o benemérito Carlos Eduardo Pereira. 21 pessoas votaram nulo, enquanto outras quatro votaram em branco.

A eleição transcorreu de forma tranquila na sede de General Severiano, com a entrada do casarão ficando lotada por todo o período de integrantes das duas chapas em boca-de-urna.

Com o resultado, Maurício Assumpção terá mais três anos de mandato, sem poder mais candidatar-se ao cargo. Dado esse cenário, é hora de analisar os grupos e pessoas que participam do processo político no clube e se eles perderam ou ganharam com o processo eleitoral.

Ganharam:

Maurício Assumpção

Obviamente, o maior vencedor da noite. Saiu do status de desconhecido para um presidente com dois mandatos. Ao contrário da primeira gestão, já tem pessoas da sua confiança ao seu redor o que deve permitir uma gestão menos concentrada nas mãos de Sérgio Landau.

Como o estatuto não permite uma segunda reeleição, deve buscar, a todo custo, um título que marque a sua gestão. Porém, deve se preocupar com a briga interna que poderá acontecer pela sua sucessão.

Montenegro

O eterno presidente volta ao cenário e promete que irá participar mais da segunda gestão, mesmo após ter criticado Maurício pesadamente em mais de uma oportunidade. Além disso, repetiu a atuação de 2005, quando ficou boa parte da eleição pedindo votos para o Bebeto. Desta vez, o bordão era "me ajuda, vote no Maurício".

Paulo Mendes

De apagado vice-presidente de Comunicação no primeiro ano da gestão Maurício Assumpção, o executivo da Globo se tornou o vice-presidente geral.

Movimento Carlito Rocha

Após a derrota eleitoral em 2008, o MCR volta ao Conselho Deliberativo com 15 nomes. Com isso, retornam ao dia-a-dia do clube e podem reconstruir o grupo.

Anderson Barros

O diretor-remunerado de futebol aumentou a influência no futebol em 2011 em detrimento do vice, André Silva. O cunhado de um dos sócios da MFD já não divide mais os microfones com o seu superior e tudo indica que o seu poder deve permanecer intocável dentro do clube.

Sérgio Landau


Uma das principais críticas feitas pelo grupo "Mais Botafogo" à saída era a de que o poder de Landau era muito grande dentro do clube. Não é raro ouvir no bar de General Severiano que o executivo remunerado é o presidente de fato do clube.

À parte as críticas, é inegável que Sérgio Landau, irmão da economista, atua com desenvoltura em vários setores do clube. O Diretor Executivo é, na verdade, o primeiro-ministro do Botafogo. 

Bebeto de Freitas

Com a perda de poder do grupo "Mais Botafogo", responsável pela iniciativa de investigá-lo, o ex-presidente deve ter o seu processo arquivado.


Estável

Carlos Eduardo Pereira

O benemérito que é conhecido por ser oposição a todos os presidentes (a piada ouvida ontem noclube é que, caso eleito, Carlos Eduardo colocaria um espelho na sala para poder reclamar do presidente) conseguiu mais visibilidade. Porém, dificilmente o projeto político deve continuar e o "Mais Botafogo" deve procurar outro nome para 2014. 

Alterado em 28/11/2011: incluído "mais" antes de "visibilidade.

Mais Botafogo

Embora ter conquistado os 14 nomes através da cota da oposição possa ser considerado uma vitória, é bom lembrar que o grupo foi o responsável pela candidatura de Maurício Assumpção em 2008 e, com isso, teve mais cadeiras no Conselho, sem contar uma quantidade razoável de vice-presidências. Romperam com Maurício com quatro meses de gestão, largando os cargos que possuíam. Entretanto, alguns membros voltaram ao final do ano, tendo voltado para a oposição logo depois.

A questão é se irão se associar ao MCR no Conselho Deliberativo. O meu palpite é não.


Perdem:

André Silva

O vice-presidente de futebol teve o seu poder diminuído ao longo deste ano. De possível sucessor ao Maurício Assumpção para as eleições que se realizaram na sexta, ele mal tem dado entrevistas. 

Mantuano

O atual vice-presidente geral perdeu o seu cargo e deve se tornar uma espécie de "líder de governo" dentro do Conselho Deliberativo.

Rotemberg

De possível candidato da oposição, o antigo afilhado político do Montenegro foi figura completamente apagada nessa eleição. Manteve-se na oposição a atual gestão, afastando-se do MCR.