Antes de ler o que vai abaixo, esclareço que o texto é complementar à minha postagem no Blog do Botafogo no GloboEsporte: "Nós Amamos Odiar Jogadores - A Saída do Camilo"


Escrever é passar uma mensagem, converter para o papel ou tela ou seja lá onde for o que estiver na sua cabeça. Mas há, sempre, um objetivo. E se esse não for claro o bastante, perde-se e muito da força que as palavras possam ter.

O objetivo, muitas vezes, pode não estar tão claro assim para os leitores. Ele não necessita estar na conclusão, mas, muitas vezes, em entender a reação de quem lê àqueles argumentos apresentados. E foi exatamente isso que eu fiz ontem com o texto da saída do Camilo.

Inicialmente, hesitei em citar o Lúcio Flávio, um meia que passeou pelo Botafogo durante alguns anos e que, mesmo sem nenhum êxito ou conquista expressiva, ainda sequestra os corações de muita gente. Certamente por trazer lembranças do time de 2007, associado ao futebol bonito e que acreditam não ter sucesso pelas arbitragens. Porém, ao reler o texto, acreditei que fosse importante mexer com as pessoas.

Ao colocar Camilo e Lúcio Flávio em comparação, ficou claro que a memória afetiva do leitor era despertada. E sem uma base sólida para fazer tal cotejo, vence a emoção.   

Ignore, por favor, o que você acha do Lúcio Flávio e do Camilo. Isso realmente não importava no texto - a única coisa que deveria valer no momento é que Camilo é um ativo do clube.

Ora, eu sou um torcedor como qualquer outro. E me arrependo de muitas coisas que escrevo, embora tenha afastado dos textos o calor do jogo não escrevendo imediatamente quando chego em casa. Mas não há como analisar um jogador - um importante e caro ativo do clube - sob a raiva que porventura possamos sentir ao vê-lo em campo.  No caso dos dirigentes, não precisa explicar muito sobre os problemas. Mas, se a torcida também for assim, não poderá cobrar adequadamente.

Por isso, havia ainda o alerta "é pouco, muito pouco, não importa o carinho que você tenha pelo Camilo." e a finalização do texto que faço questão de separar:

"Resta ao Botafogo entender como trabalhar esses momentos e tratar os jogadores como ativos. Deixem a raiva para os torcedores."

Isso, sim, é profissionalismo.

Que Brenner arrebente e Camilo também. Precisamos do dinheiro.

Mais comentários lá no twitter: @othiagopinheiro